Do caos, Eurynome surgiu e dividiu o mar dos céus, dançando seu êxtase sobre as ondas. Sua dança levou-a a criar o vento norte, o qual ela transformou em serpente dando-lhe o nome de Ophion.
Eurynome fez amor com Ophion, transformou-se em pomba e botou o ovo cósmico que continha toda a Criação.
Como foi Ophion que quebrou o ovo, achou que tinha o direito de se proclamar o responsável pela Criação. Sabendo disso Eurynome aprisionou-o no Tártaro e continuou a criar o Universo.
Com o advento do patriarcado e com a conseqüente supremacia dos Deuses gregos masculinos, Eurynome perdeu muito de seus atributos e do seu poder absoluto. Foi então considerada a Mãe das Graças.
Eurynome pode ser recuperada hoje em dia com toda a sua força, poder e plenitude. Ela representa a mulher criativa, livre e entusiasta.
O êxtase e o prazer são símbolos desta Deusa que criava o mundo com alegria e exuberância através do movimento espiralado de Sua dança.
Eurynome nos faz pensar no verdadeiro poder da criação feminina. Esta que é livre, prazerosa, plena e autônoma.
É interessante observar no mito como, mais uma vez, o masculino tenta usurpar o poder original e legítimo do feminino.
Anna Leão
Lindo…